Duas pessoas são presas e sentenciadas a 30 anos por espalhar o pânico no Twitter

Um homem e uma mulher foram presos e sentenciados a 30 anos no México por supostamente usarem o Twitter para espalhar o pânico.

O professor de 48 anos Gilberto Martinez e Maria de Jesus Bravo Pagola, foram acusados de espalhar informações falsas de que homens armados estavam atacando escolas de uma cidade à sudeste de Veracruz.

O pânico resultante causou dezenas de acidentes de carro depois que os pais ‘correram’ para salvar seus filhos das escolas em toda a cidade e as linhas telefônicas das emergências ficaram atoladas.

Gerardo Buganza, secretário do Interior do Estado de Veracruz, em comparação ao caos que se segui a mundialmente conhecida Guerra dos Mundos, em 1938 (imagem acima). Os dois foram acusados de “terrorismo”.

Segundo Buganza, além dos acidentes, muitos pais abandonaram seus carros nas ruas da cidade para salvarem seus filhos.

No mês passado no Reino Unido, Jordan Blackshaw de 20 anos e Perry Sutcliffe-Keenan de 22, foram condenados a quatro anos de prisão por incitar a violência em Manchester. Apesar de terem criado um evento chamado Smash Down in Northwich Town no Facebook, apenas Blackshaw apareceu no ponto de encontro designado, que estava sendo monitorado pela polícia.

Os falsos relatórios no México passaram um mal-estar geral sobre a violência recente entre gangues de tráfico na cidade. No único incidente registrado, um pistoleiro atirou uma granada perto de uma atração turística, matando um turista. As tensões também foram levantadas depois que comboios com fuzileiros navais armados desfilaram pelas ruas em agosto.

Outros tweets incluíam uma história de cerca de seis adolescentes que foram atropelados em um bairro, mas, embora os promotores reconhecessem que o incidente aconteceu, eles disseram que não envolveu todas as crianças.

Pagola, que também denominou-se um “TwitTerrorist” no site do Facebook, é acusado de espalhar rumores de rapto de crianças usando a rede social -acusação essa que ele nega. Os advogados de ambos os réus argumentaram que eles estavam repetindo rumores que já tinham vistos na internet.

A Anistia Internacional acusou as autoridades de violarem a liberdade de expressão. “A falta de segurança cria uma atmosfera de desconfiança em que os rumores que circulam nas redes sociais fazem parte dos esforços das pessoas para se proteger, uma vez que existe muito pouca informação digna de confiança”. [via TheGuardian]

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